Brasília/Ceilândia – 20 e 21 de julho – 20h00
Público aproximado: 210 pessoas
Sesc – Teatro Wagner Rossi
Amigos: Selma, Marcos, Ruli e Henrique
Café da manhã no hotel e um encontro de integrantes do Delírio, dos amigos do Polichinelo e do pessoal do espetáculo “Rebú”, do Rio de Janeiro. O Ricardo definiu, entre conversas de comidas e remédios, o Palco Giratório: “É giratório mesmo, porque a gente come, come, engorda e sai rolando...!” Quá! Quá! Melhor é relaxar e retomar as preocupações com o peso em 2012, porque neste ano não vai dar. Brincadeiras à parte, vamos voltar ao “Evangelho...”, agora em Ceilândia. Uma cidade muito, muito grande, que parece estar em eterna construção. Condomínios enormes de edifícios sendo construídos e uma babel urbana onde tudo se mistura. A Selma nos informa que o público é sensível e sincero e que as possibilidades de uma interação completa são enormes. O teatro do Sesc é um luxo. Um equipamento dentro de um complexo de esporte, arte e educação de encher os olhos e impressionar pela modernidade e pela beleza. Alguém disse para a Regina que em muitos lugares o Sesc é um verdadeiro oásis de cultura. Ninguém pode ter dúvidas ao visitar o Sesc de Ceilândia. E o teatro é de primeiro mundo. Instalações excepcionais e acústica fantástica. Mais de 400 lugares. O que vai acontecer? A Selma também nos conta que o teatro não tem mais que quatro anos e então que o público ainda não adquiriu a cultura de participar de suas atividades, mas que uma plateia fiel deverá estar presente. Quantos? Em torno de 50. No primeiro dia apareceram mais de 80. E tivemos uma apresentação de gala. Um público leve, de bem com a vida, coração aberto, disposto a curtir cada respiração do espetáculo com olhos vivos e sorriso escancarado. Tudo funcionou e o espetáculo foi crescendo, crescendo, o pão feito com carinho porque seria depois levado pelo Índio (nosso amigo motorista) que iria assar em sua casa com sua mulher Nova. Daquelas apresentações de lavar a alma e voltamos todos na van, uns tagarelas, vibrantes porque a Santa Ceia ficou abarrotada de gente querendo participar do espetáculo! E no segundo dia? Uau! Boca a boca em Ceilândia e mais de 120 pessoas estiveram prestigiando. Além de muita gente que voltou pra ver uma segunda vez. Foi então fantástico! O teatro vibrou, riu, silenciou, participou de cada pulsação do espetáculo com paixão e carinho. E de novo uma Santa Ceia abarrotada e mais, de muitas crianças porque pelo menos 20% da plateia era delas, que vieram com seus pais. O máximo! A passagem de Ö Evangelho...”por Brasília (Taguatinga e Ceilândia) foi deliciosa. Só prazer. O hotel ótimo, a comida genial (conheci um restaurante absurdo de tão bom – Mangai – só de comida do nordeste!), um atendimento mais do que cuidadoso do pessoal do Sesc e um público nota 10! Claro, houve um momento em que a Janja esqueceu completamente seu poema que começa com “Gosto de uma maneira muito carinhosa do que é inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão...”. O elenco inteiro com a massa na mão, olhando fixo pra ela e o branco total em seus olhos vivos. Aí ela olha para todos nós e dispara: “É Clarice Lispector, gente!” E seguimos a peça e a plateia de Taguatinga nunca soube que ali tinha um poema inteiro, lindo, mas que ficou mais humano com a imperfeição da vida, que, podem crer, só enriquece e humaniza o teatro. O Edson, enlouquecido, ia para a coxia e pegava os adereços da Janja, achando que eram dele. E a Janja, nas entrelinhas, reclamava: “Quem é que pegou meu pano de prato? Minha bacia?” E o Edson pensando: “Oras, quem seria a anta?” O Guilherme exercitando o carisma do sorriso encantado (depois uma senhora queria tirar uma foto com ele: “Quero fotografar esse Jesuzinho loiro, de sorriso lindo!”), o Gustavo pegando ritmo e a Regina salvando todas as cenas! Foi delicioso reencontrar Brasília. Gosto dela cada vez mais. E agora mais uns 20 dias de intervalo quando fazemos “Minha Vontade de Ser Bicho” no Espaço Cênico (estreia dia 28, quinta-feira) e o Edson continua a ensaiar “Os Canalhas” em Passo Fundo. E no dia 12, uma apresentação no Festival do Palco Giratório em Curitiba. E vamos colocar a Deborah e a Tatyane na Santa Ceia! Ah, como vamos!!!
Ps: As fotos da Santa Ceia das duas apresentações vão ser postadas na semana que vem, porque o Guilherme esqueceu o cabo de transferência. Sorry, amigos!