quinta-feira, 31 de março de 2011

UMA CRÍTICA


Terminamos a primeira fase do Palco Giratório, em Santa Catarina (ainda faremos Florianópolis) e estamos nos preparando para viajar no dia  08 de abril para Fortaleza, onde vou reencontrar meu querido João Paulo Pinho e Feira de Santana, com duas apresentações e cursos.  Enquanto isso vamos aqui em Curitiba fazendo METAFORMOSE LEMINSKI, no Festival de Teatro. Há dois anos quando fizemos O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS no Festival, o querido Valmir Santos, um dos mais respeitados críticos e estudiosos do teatro brasileiro, fez uma crítica mais do que positiva e bela do nosso trabalho. Vale aí reproduzi-la porque o que é bom vale a lembrança. Ah! Essa temporada teve também a estreia do Guilherme Fernandes fazendo o nosso Jesus, que era feito pelo Marcelo Rodrigues.
BUENO FOMENTA CONTRADIÇÕES BÍBLICAS – por Valmir Santos
A arte costuma encontrar nas passagens bíblicas um terreno fértil. O Grupo Delírio, de Edson Bueno, assenta o seu com O Evangelho Segundo São Mateus, o livro do Novo Testamento farto em metáforas que Jesus teria proferido. A tentação em traduzir metáforas em cena pode ser maçante. Felizmente, o espetáculo foge ao dogma e aproxima-se das escrituras sagradas com alguma profanidade, tornando-as mais reveladoras e instigantes do que reza a liturgia. Salmos e versículos viram plataformas para explorar o campo das ideias, da filosofia, da poesia e do cinema com invocações a Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Nietzsche, Pasolini. Esse nível de elaboração é tributado ao modo como Bueno preza a palavra em seus trabalhos. Aqui, o verbo é ainda mais poderoso, por isso demanda atores que articulem bem a fala, que expresse entendimento do que diz, comunique o colorido de cada vocábulo. E o elenco o cumpre a contento. A incorporação de versos do poema oitavo de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa, dá o tom do pensamento crítico no trato com os fundamentos religiosos e a urgência em humanizar o mito. O poeta português escreve sobre a visão de um Jesus menino que corre atrás de raparigas, desdenha do Pai, rouba milagres. “Ele é o humano que é natural/ Ele é o divino que sorri e que brinca/ E por isso é que eu sei com toda a certeza/ Que ele é o Menino Jesus verdadeiro”.  É a esse espírito que a peça corresponde. Na sessão a que assistimos, impressiona a atuação naturalista do elenco em meio ao feitio coletivo do pão enquanto contam o Evangelho. Diego Marchioro, Luiz Carlos Pazello, Guilherme Fernandes (em revezamento com Marcelo Rodrigues de Oliveira), Martina Gallarza e Regina Bastos estão longe de um jogral ou de um coro com suas marcações. Ao contrário, põem-se serenos e serelepes, graciosos na medida, sem banalizar as entrelinhas. Com o quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, suspenso ao fundo, os atores ocupam a cozinha do que poderia ser uma padaria: mesas e cadeiras de madeira, aventais, vassouras, utensílios e ingredientes para fazer a massa. Sob luz dominantemente geral, “branca”, eles entabulam as fábulas com leveza, olhos firmes no espectador. Nem precisa romper a quarta parede, pois a conversa está dada, mas o espetáculo vai além e reafirma a comunhão extensiva ao encontro do artista com o público. Partilha vinho, café e pão (fruto da massa preparada no dia anterior), inclusive convidando parte da platéia a juntar-se à mesa na cena da Santa Ceia. Em duas décadas e meia de Grupo Delírio, Edson Bueno diz buscar agora “um teatro muito no presente e que se compreenda cada vez mais como uma experiência no vento, como disse Peter Brook”, escreve no programa do espetáculo. Seu Evangelho Segundo São Mateus é luminoso não só pelo conteúdo humanista, mas por não desprezar o vetor da arte em nenhum momento, o que confere consistência poética à montagem da qual toda a equipe parece se apossar. Parafraseando Mateus, eis uma criação prudente como a serpente e simples como o pássaro.

terça-feira, 29 de março de 2011

O OITAVO POEMA DO GUARDADOR DE REBANHOS


Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sonho.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro

TREZE APÓSTOLOS...


Rio do Sul – Santa Catarina – 28 de março
Público: 14 amigos.
Auditório do Colégio Dom Bosco
São doze os apóstolos de Jesus Cristo, embora o Guilherme, nas últimas apresentações do nosso espetáculo, tenha acrescentado mais um, o apóstolo etc., colocando mais uma boca para comer o pão e beber o vinho. Em Rio do Sul quase não conseguimos completar a mesa para a ceia final do espetáculo. E, diria, que até levamos sorte, porque cruzando com outro grupo que faz o Palco Giratório do Sesc, a Cia. Polichinelo, de São Paulo, além de amigos novos, ganhamos audiência carinhosa para a apresentação de segunda-feira às 19 horas. Eles resolveram assistir ao nosso espetáculo. São seis, mais quatro técnicos, que somando-se aos quatro públicos da cidade, completaram as 14 pessoas que colocamos na primeira fila do Auditório de mais ou menos 700 poltronas. É um belo teatro, com uma enorme boca de cena, onde um dia também foi cinema. Baixamos a tela e fizemos nosso teatro no proscênio. Ao final, todos subiram ao palco e terminamos “... porque razão que se perceba, não há de ser ela mais verdadeira que tudo quanto os filósofos pensam e as religiões ensinam...”, simplesmente em volta da mesa e o olho no olho assumiu proporções eternas. Foi lindo o nosso encontro com os fofos amigos de Araraquara, que fazem “Frankenstein” para crianças com bonecos, mas ficamos com muita, mas muita sobra de café e vinho, porque esperávamos pelo menos umas 70 pessoas. E pegamos a estrada para chegar em Curitiba ainda na madrugada, porque amanhã estreamos METAFORMOSE LEMINSKI no Festival de Teatro. Lá pelas tantas acordei de um susto, como se alguma coisa tivesse acontecido, embora não tenha, e imaginei de a Cia. Polichinelo não tivesse curiosidade de conhecer nosso trabalho... Meu Deus, teríamos feito o espetáculo para quatro pessoas. Pensei: e teríamos feito com a mesma garra e paixão. E voltei a dormir. Nossa próxima parada é Fortaleza e Feira de Santana. Vai ser lindo!

A SANTA CEIA DE RIO DO SUL

Acreditem! Na plateia tinha o mesmo número de pessoas e todas subiram ao palco para brincar de "O Evangelho Segundo São Mateus"-

domingo, 27 de março de 2011

A SANTA CEIA DE LAGES

Tinha até roqueiro hardcore!!!

O OFÍCIO DO PÃO... E DO VINHO!


Lages – Planalto Serrano de Santa Catarina – 26 de março
Público: mais ou menos 40 pessoas.
Um novo amigo: Rafael
Lages começou na sexta-feira com a surpresa de estarmos hospedados na Pousada Rural do Sesc, mais ou menos 20 km do centro da cidade. Um lugar excepcional com quartos em cabanas, muito verde, altas recreações pra crianças grandes, um lago com deque, pomar e caminhadas. Aliás, no Pomar eu vi, pela primeira vez, um pé (muitos) de kiwi, aliás, com kiwi. Na placa a atenção: “não colha porque o kiwi só amadurece no mês de abril”. Vivendo e aprendendo. Silêncio e veneração diante da novidade. E não ficou por aí. Na Pousada não se hospedam apenas pessoas, mas aves, algumas velhas conhecidas como o quero-quero e o joão-de-barro, canário da terra, sabiá-laranjeira, sanhaço-frade e muitos, muitos jacus gritalhões. E um amigo novo, o Curicaca, pássaro de bico muito fino e comprido que, como o quero-quero, anda sempre em trio. Dizem que num “ménage-a-trois” de dois machos e uma fêmea, mas essa é uma informação de boca, sem respaldo oficial. Importante é que estão lá, com seu trinar que parece o de uma araponga. Um bicho feio/bonito, grandão e diferente. Não estivesse o tempo fechado e teríamos duas noites estreladas que fariam a passagem pela pousada uma temporada no paraíso. É de se imaginar esse lugar no alto inverno, com serração, lareira, pinhão, quentão e, com sorte, neve. Uau! Quem teve seus momentos de angústia foi o Guilherme, porque a TV a cabo não é de cem canais, nem pega celular e a internet é só na recepção e no refeitório. Durante o dia é uma festa, mas o que fazer consigo mesmo à noite? Ping-pong, pimbolin e sinuca. Mas par um profissional, paraíso também é fazer teatro e nossa apresentação de sábado foi no Teatro do Sesc, que fica no Bairro Universitário. Um delicado teatro de 100 lugares, aconchegante e de acústica excelente. Passamos o dia trabalhando e no final da tarde um amigo furioso resolveu visitar-nos bem cedo: uma tempestade de outono, longa, gelada e infatigável. Choveu, choveu, choveu e continuou chovendo até muito depois da apresentação, que de Chapecó para Lages quase não teve as tais imperfeições, assim que foi mais doce e suave, embora tenha aberto lindos espaços para altas improvisações. Antes, no camarim, a Janja falava, mastigando uma suculenta pêra: “Toda vez que eu estou me maquiando para entrar em cena penso: como eu sou feliz!” Lages, a segunda passagem. E agora o próximo porto é Rio do Sul. Lá vamos nós com nosso trigo, nosso fermento, nosso Fernando Pessoa... Mas antes, uma churrascada sensacional na Pousada, que ninguém é de ferro!

sexta-feira, 25 de março de 2011

START


Chapecó – Sudoeste de Santa Catarina – 24 de março
Público: mais ou menos 80 pessoas.
Novos amigos: Camila e Dante
Teatro: Um aconchegante teatro de 97 lugares, dentro da sede do Sesc.
Pois então... Em Chapecó, calor sempre, de todos os tipos, teatro bacana, uma garotada animada e um espetáculo porreta! Claro, nada nunca é perfeito e eu acho que a gente nem quer que seja, porque esse nosso teatro é imperfeito na sua humanidade. Mas é preciso registrar que o Edson às vezes diz o texto antes da hora e depois tem que repetir senão a cena perde o sentido; o Tiago tascou o cotovelo no aparelho de som porque resolver amarrar o tênis enquanto operava e precisou ser “acordado” pelo Guilherme que, em cena mesmo, pediu para ele soltar a sonoplastia (três vezes!); a Janja deu uma de dramaturga, introduzindo a expressão “Ah! Eu queria dizer uma coisa!”, cada vez que a réplica lhe fugia depois da deixa; e o Guilherme empacou na palavra “inocência”. São imperfeições, digamos assim, perfeitas porque ninguém nunca perde o rebolado e tudo parece ter sido escrito por um dramaturgo que escreve nas nuvens. Poeticamente embriagado. E foi emocionante como sempre! Como disse o Guilherme, nosso “Evangelho Segundo São Mateus”, assim meio de cara, vive uma espécie de subestimada, porque o cenário é simples, os atores vão e vem com a roupa normal que é o figurino e tudo parece distante de um bom e velho ritual. O Wagner, motorista/produtor/contador de histórias da ocasião soltou, uns vinte minutos antes do espetáculo começar: “Vocês não vão colocar o figurino?” E o Guilherme de calça jeans e camiseta vermelha: “Mas nós já estamos com o figurino!” Sobre maquiagem a o Wagner não opinou porque o Guilherme se maquia mesmo quando não está em cena. Mas vale o reparo que é pra disfarçar as olheiras que prejudicam sua beleza angelical, só nos cabelos cacheados, claro! E Fernando Pessoa esteve presente com sua poesia genial e a plateia permitiu-se seduzir, naturalmente e foi lindo. A Camila e o Dante, novos amigos do Sesc, estampavam um belo sorriso ao final do espetáculo; o que endossou a sensação que todos tivemos de que tudo foi ótimo e o público reconheceu-se em nossa viagem pelas poesias de Fernando Pessoa, São Mateus e até a amada Clarice Lispector, que quase sempre encanta pelas bordas. Como diz a Janja: “A Clarice é perfumada!” Foi o primeiro espetáculo de uma longa história de céu, mar, terra e palco e que vai rodar o Brasil inteiro, até dezembro! A próxima parada é Lages, uma pequena viagem pela estrada, de 5 horas. É deliciosa a sensação mambembe e a surpresa de uma aventura nova a cada cidade. Viver o Palco Giratório do SESC é um privilégio. E como disse o Tiago: “você tem a impressão de que todo dia é sexta-feira!”. Chapecó, até a volta!

quinta-feira, 24 de março de 2011

ZUMBIS QUE PEGAM EMBALO



Billy, Bob,Willy e o Velho Cachorro Joe (Zumbis q pegam embalo) saem de suas covas e decidem perambular pelas ruas chapecoenses ...p/ gastar o zumbizeis . “Sobem algumas ruas” e vão até o Morrison, o lugar está meio morto. “Sobem algumas ruas” vão parar no 63, boteco maneiro com serra malte no cardápio. Depois de um cérebro na chapa e uma porçãozinha de dedos, "sobem algumas ruas". Cervejas em lata num dog de esquina”. Outra indicação,” sobem algumas ruas" e chegam ao 14 bis... muitas caminhonetes super equipadas... deixe quieto. Com latinhas nas mãos,"sobem algumas ruas" e vão parar numa “lancheteria” de esquina. Cadeiras de plástico amarelas, garçom malabarista... felicidade de Zumbi. Ainda bem q a volta é decida, porq Zumbi q é Zumbi tem que pegar embalo.

Ps: O Tuberculoso Jimi passou mal e ficou na cova...comeu um cérebro estragado  e teve indigestão. Acontece, cérebros são assim, ñ botou na geladeira estraga mesmo.

(crônicas do submundo)

quarta-feira, 23 de março de 2011

"ALÉM TREVO DO ATUBA"

"DELÍRIO NO PALCO GIRATÓRIO"
Começa a nossa viagem pelo Brasil. montamos um blog para registrar essa empreitada além trevo do Atuba. Fotos, vídeos, textos e o q mais der pra colocar. Hj postando direto de Chapecó-SC, onde uma das avenidas parece uma pista de pouso para discos voadores e o sotaque é uma mistura bacana cheia de tus e pra tis. Vamos em um boteco chamado "Morrison", vou dizer q temos um blog e tentar ganhar uma cerveja, torçam por nós.

CAMILA & DANTE


Janja, Camila, Dante e Edson Bueno no Palco do Teatro do Sesc/Chapecó, trocando figurinhas. Os outros estavam sentados no palco, por isso não saíram na foto tirada pelo Guilherme

Opa! Hoje já entramos de cara no Teatro do Sesc em Chapecó. Um auditório lindo e aconchegante com pouco mais de 90 lugares e com toda a estrutura para receber nosso EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS. A montagem do cenário foi rápida e rasteira e salvo um ataquezinho de estrelismo de um diretor que não deveria estar estressado mas está, tudo correu às mil maravilhas. Sobrou um tempo enorme para sentarmo-nos todos no palco e trocar mil e uma histórias com a nossos novos amigos Camila e Dante e ficamos sabendo pela Camila que é descendente de gaúchos que Chapecó pode significar tanto "lugar de onde se vê", como "caminho da roça", como também a palha do chapeú dos índios. E como a conversa seguiu para todos os lados, ficamos sabendo que Andrei Tarkovski é o cineasta preferido do Dante. Se você não sabe que é este diretor russo, aconselhamos procurar o google. Camila e Dante são criaturas sensacionais, amabilíssimas e estamos sendo tratados como príncipes e princesas. Amanhã o espetáculo e até lá tudo o que irá acontecer...