domingo, 27 de março de 2011

O OFÍCIO DO PÃO... E DO VINHO!


Lages – Planalto Serrano de Santa Catarina – 26 de março
Público: mais ou menos 40 pessoas.
Um novo amigo: Rafael
Lages começou na sexta-feira com a surpresa de estarmos hospedados na Pousada Rural do Sesc, mais ou menos 20 km do centro da cidade. Um lugar excepcional com quartos em cabanas, muito verde, altas recreações pra crianças grandes, um lago com deque, pomar e caminhadas. Aliás, no Pomar eu vi, pela primeira vez, um pé (muitos) de kiwi, aliás, com kiwi. Na placa a atenção: “não colha porque o kiwi só amadurece no mês de abril”. Vivendo e aprendendo. Silêncio e veneração diante da novidade. E não ficou por aí. Na Pousada não se hospedam apenas pessoas, mas aves, algumas velhas conhecidas como o quero-quero e o joão-de-barro, canário da terra, sabiá-laranjeira, sanhaço-frade e muitos, muitos jacus gritalhões. E um amigo novo, o Curicaca, pássaro de bico muito fino e comprido que, como o quero-quero, anda sempre em trio. Dizem que num “ménage-a-trois” de dois machos e uma fêmea, mas essa é uma informação de boca, sem respaldo oficial. Importante é que estão lá, com seu trinar que parece o de uma araponga. Um bicho feio/bonito, grandão e diferente. Não estivesse o tempo fechado e teríamos duas noites estreladas que fariam a passagem pela pousada uma temporada no paraíso. É de se imaginar esse lugar no alto inverno, com serração, lareira, pinhão, quentão e, com sorte, neve. Uau! Quem teve seus momentos de angústia foi o Guilherme, porque a TV a cabo não é de cem canais, nem pega celular e a internet é só na recepção e no refeitório. Durante o dia é uma festa, mas o que fazer consigo mesmo à noite? Ping-pong, pimbolin e sinuca. Mas par um profissional, paraíso também é fazer teatro e nossa apresentação de sábado foi no Teatro do Sesc, que fica no Bairro Universitário. Um delicado teatro de 100 lugares, aconchegante e de acústica excelente. Passamos o dia trabalhando e no final da tarde um amigo furioso resolveu visitar-nos bem cedo: uma tempestade de outono, longa, gelada e infatigável. Choveu, choveu, choveu e continuou chovendo até muito depois da apresentação, que de Chapecó para Lages quase não teve as tais imperfeições, assim que foi mais doce e suave, embora tenha aberto lindos espaços para altas improvisações. Antes, no camarim, a Janja falava, mastigando uma suculenta pêra: “Toda vez que eu estou me maquiando para entrar em cena penso: como eu sou feliz!” Lages, a segunda passagem. E agora o próximo porto é Rio do Sul. Lá vamos nós com nosso trigo, nosso fermento, nosso Fernando Pessoa... Mas antes, uma churrascada sensacional na Pousada, que ninguém é de ferro!

Um comentário:

  1. Realmente vcs captaram o espírito da Pousada do SESC, tudo mto limpo e organizado, uma harmonia paira sobre o ambiente. Vcs tiveram que vir daí de Curitiba para valorizar a nossa Pousada do SESC.
    Obrigada de coração, pelo presente que nos deram e pelo brilhantismo da peça. Beijo grande: Bete Cruz/etbasile@gmail.com.

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