sexta-feira, 25 de março de 2011

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Chapecó – Sudoeste de Santa Catarina – 24 de março
Público: mais ou menos 80 pessoas.
Novos amigos: Camila e Dante
Teatro: Um aconchegante teatro de 97 lugares, dentro da sede do Sesc.
Pois então... Em Chapecó, calor sempre, de todos os tipos, teatro bacana, uma garotada animada e um espetáculo porreta! Claro, nada nunca é perfeito e eu acho que a gente nem quer que seja, porque esse nosso teatro é imperfeito na sua humanidade. Mas é preciso registrar que o Edson às vezes diz o texto antes da hora e depois tem que repetir senão a cena perde o sentido; o Tiago tascou o cotovelo no aparelho de som porque resolver amarrar o tênis enquanto operava e precisou ser “acordado” pelo Guilherme que, em cena mesmo, pediu para ele soltar a sonoplastia (três vezes!); a Janja deu uma de dramaturga, introduzindo a expressão “Ah! Eu queria dizer uma coisa!”, cada vez que a réplica lhe fugia depois da deixa; e o Guilherme empacou na palavra “inocência”. São imperfeições, digamos assim, perfeitas porque ninguém nunca perde o rebolado e tudo parece ter sido escrito por um dramaturgo que escreve nas nuvens. Poeticamente embriagado. E foi emocionante como sempre! Como disse o Guilherme, nosso “Evangelho Segundo São Mateus”, assim meio de cara, vive uma espécie de subestimada, porque o cenário é simples, os atores vão e vem com a roupa normal que é o figurino e tudo parece distante de um bom e velho ritual. O Wagner, motorista/produtor/contador de histórias da ocasião soltou, uns vinte minutos antes do espetáculo começar: “Vocês não vão colocar o figurino?” E o Guilherme de calça jeans e camiseta vermelha: “Mas nós já estamos com o figurino!” Sobre maquiagem a o Wagner não opinou porque o Guilherme se maquia mesmo quando não está em cena. Mas vale o reparo que é pra disfarçar as olheiras que prejudicam sua beleza angelical, só nos cabelos cacheados, claro! E Fernando Pessoa esteve presente com sua poesia genial e a plateia permitiu-se seduzir, naturalmente e foi lindo. A Camila e o Dante, novos amigos do Sesc, estampavam um belo sorriso ao final do espetáculo; o que endossou a sensação que todos tivemos de que tudo foi ótimo e o público reconheceu-se em nossa viagem pelas poesias de Fernando Pessoa, São Mateus e até a amada Clarice Lispector, que quase sempre encanta pelas bordas. Como diz a Janja: “A Clarice é perfumada!” Foi o primeiro espetáculo de uma longa história de céu, mar, terra e palco e que vai rodar o Brasil inteiro, até dezembro! A próxima parada é Lages, uma pequena viagem pela estrada, de 5 horas. É deliciosa a sensação mambembe e a surpresa de uma aventura nova a cada cidade. Viver o Palco Giratório do SESC é um privilégio. E como disse o Tiago: “você tem a impressão de que todo dia é sexta-feira!”. Chapecó, até a volta!

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