sábado, 10 de setembro de 2011

PERFEITO/IMPERFEITO

Floriano/Piauí - Clique p/ampliar


Floriano – Piauí
08 de setembro
Amigos: Josélia, Antonina e Clemilson
Teatro Maria Bonita –
Público: mais ou menos 200 pessoas

Floriano, uma cidade de pouco mais que cinqüenta mil habitantes, fica no centro oeste do Piauí, 250 quilômetros de Teresina. É banhada pelo Rio Paranaíba que divide o Piauí do Maranhão. Você olha para o rio e do outro lado está o Maranhão. Um rio veloz, forte e de margens distantes. Ontem, por exemplo, Guilherme, Tiago e Gustavo, caíram nele, sob o olhar preocupado do senhor Edson Bueno, preocupado, com seu radar sempre ligado. Mas daí que em Floriano também fizemos um espetáculo à tarde, às 15 horas e para algumas escolas. Uma nova garotada piauiense muito atenta e participativa. Como sempre o Gustavo e o Guilherme foram os reis da função e até deu pra ouvir um “Ahhhhh....”na plateia, nem um pouco tímida, quando o Gustavo, força no personagem, fala: “Eu, por exemplo, já traí algumas vezes o meu namorado.” Nosso espetáculo é tão espontâneo, tão movido pela aparência da improvisação que em muitas vezes o público confunde a realidade com o estado de interpretação. Daí que em Teresina, dias antes, estávamos eu e o Gustavo no quarto, ele no seu notebook, eu no meu, e ele fuçando o facebook. Lá pelas tantas, meio que falando pra ele mesmo, ruminou uma frase desconsolada, em tom de quase lamúria: “Quando eu fazia Viver e Cantar o Brasil, todo dia eu era adicionado por umas dez gatinhas; agora, no Evangelho só piás é que me adicionam....” Quá, quá! Coisas do teatro. Mas, e Floriano? Nossa segunda cidade do Piauí abriu os braços e fomos recebidos com todos os “bem-vindos” possíveis. E o espetáculo, que em determinados momentos assumiu ares de loucura total, foi fantástico! Recebemos aplausos em cena aberta por três vezes e eu só ouvia a Josélia, gerente regional do Sesc, mandar bala: “Vocês estão de parabéns! Que interatividade! Que serviço ao teatro!” Obrigado, querida. Você e a Antonina fizeram o carinho que os viajantes precisam ganhar quando estão tão longe de casa. E o calor!!! Minha Mãe do céu!!! Talvez o maior que enfrentamos até agora. Eu e a Cecé confessamos um para o outro que em determinado momento do espetáculo, até perdemos parte da concentração, como se a mente fugisse para algum lugar, longe, longe da sensação térmica, em cena, sob os refletores, de uns 50 graus! Na cabine, baixa, o Fernando e o Tiago operavam a técnica sem camisas e suavam em bicas. Outro amigo do Sesc, Clemilson, salvou-os com um suco de caju, no meio da função. Sentia-se o alívio do palco! E quando tudo dá tão certo, o calor é até uma benção, um up na história! Depois fomos para a beira do Rio Parnaíba, tomar cerveja e terminar a noite na beira da piscina do Hotel Rio Parnaíba, movidos a muito papo, muita cerveja e alguma.... ah! Sei lá! Mas aqui um detalhe, uma sensação que acaba movendo nossas vidas nessa peregrinação inesquecível: o sentido das coisas! Artísticamente, o que buscamos com o teatro? O Gustavo que anda lendo as cartas do Van Gogh para seu irmão Théo, conta de que o pintor não buscava a perfeição, porque já tinha alcançado a tal. Sei lá. A cada dia mais penso que a busca da tal perfeição, esculpindo a imperfeição é um pulo de gato. Enquanto erramos vamos acertando e buscando mais erros para encontrar mais acertos. Só acertos parece que, no teatro, espantam a humanidade, transformam o humano em natureza bela, mas morta.
“Gosto de uma maneira muito carinhosa do que é mal feito, inacabado,
Daquilo que tenta, desajeitadamente, dar um pequeno vôo e cai sem graça no chão.
Essa é a minha descoberta de todos os dias
Cada coisa é o que é, e é difícil explicar a alguém
O quanto isso me alegra
O quanto isso me basta
Basta existir pra ser completo.”
Clarice Lispector
E assim, felizes, mais do que satisfeitos, sob todos os calores do Piauí, descansamos no sábado, para no domingo cairmos na estrada em direção à Parnaíba, litoral norte. Seiscentos quilômetros de sol e asfalto. E a certeza de que por lá, nos esperam a Lili, o delta do Parnaíba e todas as coisas com caranguejo!!! Ah! E claro, um novo “Evangelho Segundo São Mateus”, tão delicioso quanto perfeito/imperfeito.
Rio Parnaíba - Aqui Piauí, do outro lado o Maranhão - Clique p/ampliar.

2 comentários:

  1. Muito o legal o espetáculo de vcs... nós da Associação Brincantes do Folclore Nordeste simplesmente adoramos... vcs sãos ótimos, por isso q estão no palco giratório, obrigado por nos ter dadoa essa grande oportunidade de prestigiar o espetáculo de vcs... e a oficina da Regina foi divina. SSHHHHHOOOOOWWWWWWWWWW

    Annysia Carvalho
    brincantesnordestino.blogspot.com
    Floriano - Piauí

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  2. gostei muito do teatro que vcs fizeram no sesc piaui
    gostaria de dizer a vcs que vcs sao maravilhososos e que eu lhes dou muita sorte q fazerem estes teatros falando do nosso salvador
    !!!!

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