Teresina – 8 de setembro – 15h00
Público aproximado: 350 pessoas
Theatro 4 de Setembro
Amigos: Nonato e Lucas.
Nossa passagem por Teresina foi mais do que meteórica. Hiper, mega brilhante, mas num sopro de luz! Chegamos na quarta-feira às 16 horas e na quinta, às 19 horas já estávamos pegando a estrada para Floriano, que entre outras coisas, tem a segunda maior Paixão de Cristo do Nordeste. Como a Ópera de Arame em Curitiba, a cidade cenográfica é um ponto turístico. Mas antes, Teresina! O espetáculo foi às 15 horas, para 350 adolescentes (mais professores) de escolas, entre elas o Liceu Piauiense. Estávamos meio preocupados porque fazer o espetáculo para a garotada, que ao invés de estar tendo aulas, estava no teatro, meio como obrigação, é sempre uma equação de mil e uma variáveis. Mas, não dá pra dizer que foi surpresa, já que a garotada de Teresina deu uma lição de amor pelo teatro, interesse e carinho. Foi um espetáculo maravilhoso, com quase 350 meninos e meninas participando das ideias do nosso Evangelho, palavra a palavra, numa interação (para o nosso caso), histórica. Uau! O Guilherme e o Gustavo viraram ídolos e as menininhas fizeram filas para abraçar, beijar e tirar fotos. Nosso espetáculo atinge significados inesperados e vamos descobrindo os caminhos dele conforme o público. Sabemos que fazer teatro no Nordeste tem um significado especial, porque os nordestinos têm a arte na alma e compreendem o seu significado no sangue que corre nas veias. Conta-se que em Teresina nascem teias de aranha nas árvores, porque não venta e o calor ferve na cabeça. Se nascem teias não sabemos, mas que é um calor da “mulésta” não resta a menor dúvida. E agora, uma história, emocionante, ilustrativa do público lindo dos meninos e meninas de Teresina. Ao final, chega-se a mim um garoto de 12 anos, Lucas, e que me fala de Machado de Assis. Conta que já leu quase todos os livros dele e que só faltam “Memorial de Aires” e “Iaiá Garcia”. Diz de sua paixão por Machado e com o maior orgulho e determinação completa: “O senhor saiba que eu vou ser um grande escritor e que vocês vão ouvir falar de mim!” Arrepiei de emoção e me deu vontade de ser um deus qualquer, para com qualquer passe de mágica, transformar aquela determinação em realidade. Mas, se tudo começa com um sonho, tudo segue com ações e não sei por que, mas alguma coisa cósmica, sei lá, me garantiu que aquele menino, Lucas, vai ser tudo isso! E depois, quando eu já estava quase me desmanchando em emoção, ele me pergunta: “O senhor acha que Capitu traiu Bentinho?“ E eu: “Acho que traiu.” E aquele menino de 12 anos me responde com olhos sábios: “Eu tenho certeza que ela traiu. Porque ela tinha que trair para provar o seu amor por ele. Foi por amor!” E eu, se agora que escrevo, fico emocionado, quase me desmanchei em felicidade. E a certeza de que naquele menino de 12 anos, que talvez eu nunca mais veja, está a certeza de que a arte vale a pena e que tudo na vida tem sentido. Como diz Fernando Pessoa, e em nossa peça pela boca agora da Cecé: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” Realizados, felizes com nossa passagem fugaz (mas não superficial!) por Teresina, entramos na van e seguimos pela estrada, à noite, com o céu mais do que estrelado e que, vez ou outra, presenteia com estrelas cadentes, para Floriano. A estrada? Viagem cuidadosa, porque tem boi nela. O que é isso? Os bois, vacas e terneiros sentem frio na vegetação e vêm para o asfalto, esquentar-se, então que é um perigo! Mas isso é história para o próximo post. O de nossa aventura em Floriano, onde dizem, mas eu não acredito, é menos quente que Teresina. De qualquer maneira, de uma coisa não temos dúvidas: na alma e no coração, tão quentes quanto!
haha adorei o espetaculo" foi perfeito!! muito bom! gnt seria perfeito se o grupo delirios ministrassem umas oficinas de teatro no Liceu o palco de lá é lindo!!! todos os alunos q assistiram a peça estavam kerendo isso! tem muita gnt talentosa lá! seria tudo d bom
ResponderExcluirbjs pra todos!! bY: Adrielly 2ª ano Liceu Piauiense