terça-feira, 17 de maio de 2011

RECIFE - VAMOS FAZER A COISA ACONTECER?

A Santa Ceia de Recife - Olha ali o Murilo, aos pés da mesa, na maior expressão!!!
Recife – 15 de maio
Teatro Apolo
Público aproximado: 200 pessoas
Amigos: Zé Manoel, Virginia, Luciana, Rita, Fernanda. Lucas, Murilo, Rafa, Naná e um mundo inteiro de gente boa da melhor qualidade!
Para o pessoal do Sesc de Recife a expressão “Vamos fazer a coisa acontecer?” é levada muito a sério. Mas claro, sempre e sempre e sempre com o mais largo sorriso e com os olhos mais brilhantes da simpatia, do bom humor e da cordialidade! Foi apenas a segunda vez que eu coloquei os pés na terra mais deliciosa do mundo (e alguns do Delírio pela primeira vez!) mas a sensação era a de que tínhamos nascido lá e que era a nossa casa, o nosso quintal, o nosso palco. Como fomos felizes! Em todos os sentidos: na amizade, no teatro, na culinária, no sexo e no amor. Foi tanto que até o Fernando, nosso iluminador, jogou a passagem de volta pela janela e ficou. “Vou para Olinda!” ele me disse no café da manhã, minutos antes de irmos para o aeroporto de volta. Disse isso convicto e de olhos marejados de quem tinha passado a madrugada acordado e beijando. Beijando quem? Não importa, mas vale dizer que beijando Recife; como aliás, todos nós. Vale repetir: minha mãe, quanta cordialidade! De cara, ainda em Porto Alegre fui entrevistado por telefone pela Tatiana do “Diário de Pernambuco” que de tão simpática me fez ficar falando horas o que provocou, no domingo, uma matéria de página inteira que era o próprio portal do “sejam bem vindos!” Tatiana não escreve apenas, desliza palavras com suavidade e inteligência. Me senti honrado e orgulhoso. E era só você respirar que alguém já perguntava: “Está precisando de alguma coisa?”. E íamos assim, nos sentindo necessários, amados, respeitados. E então, de sorriso em sorriso, Recife ia ficando mais linda. Antes do teatro, que aconteceria no domingo, aconteceu tanta emoção!!! Tanta, que eram restaurantes deliciosos como o “Fiteiro” e seus camarões e carnes e a sobremesa chamada “Cartola”, soma de banana, queijo coalho, canela e melado, que ninguém deve morrer antes de experimentar. O Murilo, que é de lá não teve dúvidas em afirmar que foi a melhor que ele experimentou. E o “Spetos”(num rodízio de lagosta de arreeeeeepiar!!!)? Eu, a Regina e a Janja colamos as bundas nas cadeiras e só saímos do restaurante quando não cabia mais nem um fiapo de lagosta no estômago. Nunca imaginamos que em nossos estômagos cabia tanto!!! Coisa de louco!!!  E a Oficina do Sabor, em Olinda, que ofereceu um prato com o nome do nosso espetáculo “O Evangelho Segundo São Mateus”? O cardápio? Na entrada “Salda De-Vir”(camarão, pepino, kiwi,  tomate e talos de salsão ao molho de maionese com iogurte e limão), o principal (pernil de cordeiro ao vinho tinto do Vale do São Francisco com sete grãos) e de sobremesa “Brigadeiro no Pirex” (brigadeiro de colher servido no pirex com várias coberturas). De se esbaldar. E teatro? Nem falei ainda. Porque antes foi muito abraço, muito beijo, muito sorriso. E o Tiago, o Guilherme, o Gustavo e o Fernando? Outros mundos, outras Recifes!!! Claro, tinha o Palco Giratório com uma Recife tomada pela aventura do Sesc numa organização poética, divertida, emocionada. Era teatro pra todo lado e tinha que chegar o nosso dia. O domingo em que a atração principal da cidade era a final do Campeonato Regional de Futebol com o Sport e o Santa Cruz  se degladiando para dizer de peito aberto quem era o melhor. Deu Santa Cruz e a cidade enlouqueceu. Achamos que o público ia ser mínimo. Que nada! Teatro cheio! E aqui uma impressão. Sempre, quando o espetáculo começa, eu faço uma rápida preleção para apresentar o elenco. Aproveito pra sentir a energia que emana do público. De verdade, em Recife, o coração era aberto e eu tinha a certeza de que tudo ia correr a mil maravilhas. Poderosa energia que vinha da plateia. E não deu outra. Teatro/festa! Uma alegria só e nossa poesia correu solta e o Gustavo, que fez seu terceiro espetáculo, arrasou! E nós todos também!!! A passagem pelo Recife é daquelas pra ficar na história, pra guardar “do lado esquerdo do peito”. Ô gente pra amar teatro! Ô gente pra amar gente! Ô gente pra ter prazer em ver os outros felizes!  Fica aqui a verdade: queridos amigos do Recife, jamais os esqueceremos. Contem com a gente sempre e sempre e sempre. A gente está aqui em Curitiba, mas hoje, terça-feira, nosso coração ainda bate aí. Como eu digo, tem lugares que fazem um artista se sentir a pessoa mais necessária do mundo. O Sesc de Recife é responsável por muito disto!!!

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