Aquecendo as turbinas para a terceira viagem pelo Palco Giratório/Sesc (Cuiabá, Porto Alegre e Recife – de 09 a 16 de maio), não custa lembrar o começo de tudo. “O Evangelho Segundo São Mateus” estreou em abril de 2008, no Teatro Novelas Curitibanas. O elenco era formado pela Regina Bastos, Luiz Carlos Pazello, Marcelo Rodrigues, Janja e Diego Marchioro. O primeiro cartaz era esse aí, feito do dia para a noite pelo querido Marcos Minini. Foi uma primeira temporada de experimentação onde tudo poderia dar certo ou errado, tal era o arrojo da proposta. Pois não é que deu certo? E continua dando...
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
QUEM É QUEM NO PALCO DE "O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS"- JANJA
Faz muito tempo que eu e a Janja (que chama Elisângela dos Santos Rosa) fazemos teatro juntos. Desde 1993, quando ela, sem saber tocar bateria, fazia a baterista da banda em “Speedy, Eu Te Amo!”. Era uma menininha, cheia de vontade e paixão. Agora é uma meninona, cheia de vontade e paixão! Depois fizemos “Equus”, do Peter Shaffer, onde, além de encantar com sua beleza e talento, ficava completamente nua, coisa que ela repetiu anos mais tarde, quando fizemos “Toda Nudez Será Castigada”, onde ela dividia a ausência de figurino com o Marcelo Rodrigues, que andou pelo Grupo Delírio, inclusive na primeira temporada de “O Evangelho Segundo São Mateus”. Fizemos ainda uma comédia maluca chamada “Histórias Urbanas de Arrepiar”, onde ela exercitou o nonsense fazendo uma enfermeirinha da pá virada e um momento de glória: “Anti Nelson Rodrigues”, um daqueles teatros onde tudo dá certo e o elenco inteiro botava pra quebrar. Recebemos até a visita da Barbara Heliodora, que gostou da nossa atuação, mas nunca foi com a cara do texto e disparou: “Vocês tem a mania de acender vela pra mau defunto!” Em 2005 fizemos um outro espetáculo mágico de tão lindo e, perdoem a falsa modéstia, perfeito: “Capitu – Memória Editada”, baseado em Dom Casmurro de Machado de Assis. Viajamos pelo Brasil pelo Palco Giratório e se já tínhamos tesão pelo teatro, pegamos tesão por viajar. O que é bom sempre vicia! Mas a Janja viveu altas emoções em outros palcos, vivendo, por exemplo, um elogiadíssimo morceguinho em “O Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro de Vasconcellos, com direção da Cleide Piasecki; além de uma incursão ao monólogo com sonhos e pesadelos de Clarice Lispector e ainda Charles Dickens e suas “Grandes Esperanças”. Nesse começo de 2011 vivemos uma das mais belas emoções que o teatro pode nos proporcionar. Encenamos por amor à Clarice Lispector “Minha Vontade de Ser Bicho”, um espetáculo que resultou num sucesso instantâneo. Foi lindo de morrer! Pois é, a Janja é uma estudiosa do teatro e das literaturas ( já leu todos os russos!), manda super bem em frente às câmeras e vive fazendo campanhas e publicidades. Sabe conduzir uma oficina de teatro como ninguém e resolveu ficar grávida de um baiano arretado! Vai ficar conosco neste Palco Giratório até agosto, porque aí entra no sétimo mês e não dá pra encarar o interior do Brasil com um piá ou uma menina batendo na porta. A Uilma de Feira de Santa jura que vai ser menino. Quem sabe? Quanta história e quanta aventura o teatro ainda vai nos proporcionar?
quarta-feira, 20 de abril de 2011
AGENDA - GRUPO DELÍRIO
O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
PALCO GIRATÓRIO/SESC 20011
MARÇO
Chapecó – SC
Dia 23 – Oficina – 6 horas
Dia 24 – Apresentação
Lages - SC
Dia 26 – Apresentação
Rio do Sul - SC
Dia 28 – Apresentação
ABRIL
Fortaleza - CE
Dia 09 – Apresentação
Feira de Santana - BA
Dia 11 – Oficina 4 horas + Apresentação
Dia 12 – Oficina 4 horas + Apresnetação
Dia 13 – Oficina 4 horas
Dia 14 – Oficina 4 horas
Dia 15 – Oficina 4 horas
Dia 16 – Oficina 4 horas
MAIO
Sertãozinho -SP
Dia 07 - Apresentação/ Clarice
Cuiabá - MT
Dia 10 – Apresentação
Porto Alegre - RS
Dia 12 – Apresentação
Recife - PE
Dia 15 – Apresentação
JUNHO
Férias???????
JULHO
Brasília - DF
Dia 19 – Apresentação
Dia 20 – Apresentação
Dia 21 – Apresentação
Dia 22 – Apresentaçao
AGOSTO
Curitiba - PR
Dia 12 – Apresentação
São Paulo - SP
Dia 17 – Apresentação
Dia 18 – Apresentação
SETEMBRO
Guaramiranga - CE
Dia 03 – Apresentação Evangelho
Dia 04 – Apresentação Kafka
Sobral - CE
Dia 05 – Apresentação Evangelho
Dia 06 – Apresentação Kafka
Terezina - PI
Dia 08 – Apresentação
Floriano - PI
Dia 09 – Apresentação
Dia 10 – Oficinas 8 horas
Parnaíba - PI
Dia 12 – Oficinas 8 horas
Dia 13 – Apresentação
Curitiba - PR
15 a 20 / Folga
Florianópolis - SC
Dia 22 – Apresentação
Curitiba - PR
24, 25 e 26 / Folga
Porto Velho - RO
Dia 28 – Apresentação Evangelho
Dia 29 – apresentação – Kafka
OUTUBRO
Curitiba - PR
01 a 06 / Folga
Campo Grande - MS
Dia 08 – Apresentação
Dia 09 – Oficinas 8 horas
Belo Horizonte - MG
Dia 11 – Apresentação
Dia 12 – Oficinas 8 horas
Vitória - ES
Dia 14 – Apresentação
Dia 15 – Oficinas – 8 horas
João Pessoa - PB
Dia 17 – Apresentação
Campina Grande - PB
Dia 19 – Apresentação
Surubim - PE
Dia 21 – Apresentação
Caruaru - PE
Dia 22 – Apresentação
Garanhuns - PE
Dia 23 – Apresentação
Dia 24 – Oficinas - 4 horas
Dia 25 – Oficinas – 4 horas
Arco Verde - PE
Dia 26 – Apresentação
Triunfo - PE
Dia 27 – Apresentação
Araripina - PE
Dia 29 – Apresentação
Petrolina - PE
Dia 31 – Apresentação
NOVEMBRO
Maceió - AL
Dia 02 – Oficinas – 8 horas
Dia 03 – Pensamento Giratório
Dia 04 – Apresentação
Arapiraca - AL
Dia 06 – Oficinas 8 horas
Dia 07 – Apresentação
Macapá - AP
Dia 09 – Oficinas 8 horas
Dia 10 – Apresentação
Caxias do Sul – RS
Dia 12 – Apresentação
Santa Rosa - RS
Dia 14 – Apresentação
Uruguaiana - RS
Dia 16 – Apresentação
Alegrete - RS
Dia 17 – Apresentação
Santa Maria - RS
Dia 19 – Apresentação
Dia 20 – Oficinas – 8 horas
Camaquã - RS
Dia 22 – Apresentação
Rio de Janeiro - RJ
Dia 24 – Apresentação
Palmas - TO
Dia 26 – Apresentação
Poconé - MT
Dia 28 – Oficina – 8 horas
Dia 29 – Apresentação
THE END
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O EVANGELHO DE PASOLINI
Em 1964, o diretor italiano Pier Paolo Pasolini, lançou no Festival de Veneza, a sua versão da vida de Jesus Cristo, "O Evangelho Segundo São Mateus", foi um acontecimento imediato! Como diz o Guilherme em nosso espetáculo, o Jesus do Pasolini é humano e pronto! Como o Jesus fugido do céu do Fernando Pessoa. O filme ganhou o Prêmio Especial do Juri em Veneza e foi indicado a três Oscars: Melhor direção de arte (Luigi scaccione), melhor figurino (Danilo Donati) e melhor trilha sonora (Luis Bacalov). O filme ganhou o mundo é é, hoje, considerado um marco do cinema italiano. E o Pasolini? Na minha opinião um dos diretores mais revolucionários e sensíveis de toda a história do cinema!!!
sábado, 16 de abril de 2011
QUANDO É QUE VAI CHOVER DENTRO DE MIM?
Não que não pense, penso. E sempre e muito, mas às vezes a realidade poética de um certo teatro me salta aos olhos. E fico eu aqui, caraminholando quem são as pessoas. Quem são Diogo Borges, Janja, Erica Rettl, Dinho Lima Flor, João Luis Fagundes, Fatima Caio, Guilherme Fernandes, Fabio Caio, Karen Menatti, Jonathan Silva? Quem são Moitará, Delírio, Avany Vaz, Mão Molenga e Cia do Tijolo? Quem são? Um pessoal de outros lugares que não o centro, que sobe ao palco, diz e canta e dança e fala de coisas importantes como Mary Shelley, Villa Lobos, Patativa do Assaré, Fernando Pessoa, Rapunzel e Commedia Del’Arte. Parece tanto e pouco ao mesmo tempo, porque são nomes, no meio de tantos outros das mesmas ideias e cenas, que a gente nunca ouviu falar. Mas se você está no teatro, como aqui em Feira de Santana, em meio ao Palco Giratório do Sesc, vendo artistas e público se dizerem uns aos outros, num movimento que é um vórtice de poesia, fica abismado e percebe que há tanto teatro de verdade, vivo e intenso, acontecendo pra todo lado e que só quem sabe mesmo é quem está nele, mergulhado na sua efemeridade. Só quem está surfando no vento daquilo que passa como o perfume, o gosto, o cheiro e o toque é que sabe que há um teatro que sobe pelas veias, passa pelo coração e, anônimo, se transforma de novo pra retornar pelas artérias e fazer o Brasil respirar arte e poesia. Xêro de gente!!! Aqui, em Feira de Santana, me sinto privilegiado. Fiz com o Grupo Delírio “O Evangelho Segundo São Mateus”, que foi uma daquelas experiências que valem a vida e assisti às experiências de outros artistas que nunca veria (quem sabe...) se aqui não estivesse. Ontem, por exemplo, assisti “Concerto de Ispinho e Fulô”, da Cia. Do Tijolo de São Paulo. Fiquei de cara. Eles fazem esse espetáculo sobre (e muito, muito mais!) o Patativa do Assaré, já há mais de dois anos, e então que já devem ter recebido os maiores elogios, tantos, que até fiquei sem jeito de dar os meus, tão pequenininhos pareciam. Mas dei, porque também, elogio é como o teatro, existe no vento e o que fica dele mesmo é a troca de olhares intensos que um artista vive com o outro na hora do elogio. Porque os olhos não mentem, menos ainda de um artista para outro. E menos ainda as lágrimas que deles escorrem no meio da emoção que o espetáculo provoca, avançando pra dentro de você por todos os buracos e como somos feitos de tantos (ops!), minúsculos poros, a intensa teatralidade de “Concerto...” deixa você bêbado de tanta elaboração. É um espetáculo que com canto e interpretação (do mais alto talento!) vai te falando de você mesmo, pela poesia do Patativa. Vai te perguntando, pelo signo da seca: “quando é que vai chover dentro de mim?” Vai te falando de outras secas e outras fomes, aquelas para quem, o eu urbano, por exemplo, é matéria de jornal ou metáfora. E você percebe, no meio dele, que você (como eu) que nasci em Curitiba, meio cosmopolita até a unha, sou cearence, por exemplo. Como me sinto baiano agora e como tanto me sentirei viajando pelo Brasil pelo Palco Giratório. Cante lá que eu canto cá! É quase um mantra que vai se desmantelando espetáculo adentro e dito com rimas, tons e intenções por um elenco afinadíssimo, esclarece o significado da palavra “brasileiro”. E são tantos signos e tão facilmente compreensíveis, porque contados com a maior competência, que a alma de qualquer vivente se escancara e vira muitas, tantas, mais que todas. É sim, um concerto, um desfilar de poemas cantados, contados e explicados. É sim, um teatro moderníssimo, com tijolo, badalos, cerâmica, lona, uns bonecos, pinga, cajuína, água, giz, coisas e, principalmente, palavra, aquela que encanta o mundo. Atuação sofisticadíssima de um elenco afinado por um Diretor Musical em estado de graça e por um Diretor geral e total (todo é) com domínio profundo da narrativa. Teatro que vira a gente do avesso e nos faz de gato e sapato! E os atores! Ah, os atores! Vivos, com domínio completo do gesto, da voz, da música, dos versos e das estrofes. O sertão cantado e contado por “Concerto de Ispinho e Fulô” está dentro da gente, eles esclarecem isso com sorrisos escancarados e lágrimas doídas. Dentro de qualquer um que pode ser descendente de português, índio, espanhol, francês, italiano, alemão, como o Grupo Delírio, por exemplo. Que o agreste dói em qualquer um como a carne de bode e o acarajé dão prazer a qualquer um. E o teatro? Tão dentro da gente!!! E tão popular e tão necessário! “Concerto de Ispinho e Fulô” e seu barroquismo encantado, mais a poetação absurda de tão poderosa de Patativa do Assaré, dão grandeza à nossa arte do palco e abrem portas, mostram até onde se pode chegar com desejo e elaboração. Grande, belo, intenso e vivo teatro! Como diria uma amiga minha de Curitiba: Aí, bom! A Cia. Do Tijolo proporcionou nesta última sexta-feira, uma grande noitada de teatro!!! Quem não viu não sabe o que perdeu! Mas quem viu..... Ah, vida boa!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
SAMBA DE RAÍZ E MPB DE PRIMEIRA
Faz só uma semana que estamos nesta segunda fase do Palco Giratório, mas a sensação é de que estamos no Nordeste faz mais de um mês. E aqui em Feira de Santana, então, é tanta alegria, tanta festa, tanta arte e tanto prazer que dá vontade de nunca mais deixar esta vida! Hoje pela manhã falei com a Marcia, de Curitiba, porque emprestei a sua máquina fotográfica para a viagem. Disse que tinha vontade de mandar a máquina pelo Sedex e ficar aqui pra sempre! Podem crer, a felicidade mora na Bahia! Ontem foi o dia do samba! A programação era “Raízes Samba de Tocós” (sambadeiras e tocadores) com uma música que nunca ouvimos em Curitiba e toda pra dançar e festar. Depois foi a vez de “Maryzélia e Os Coisinho”. ‘Ces não imaginam como essa mulher canta! Canta, encanta, dança e distribui simpatia e molejo. Foi uma noite sem parar de sambar e eu, que não sambo coisa nenhuma, balancei as partes de tudo quanto foi jeito. Quando você pensa que tudo vai acabar chega a vez do samba de roda e tudo começa de novo. E quando acaba a roda, Maryzélia resolve abandonar o palco e cair na pista, de chão de barro, e dançar com todo mundo no meio da roda. Eu fiquei me sentindo o tal porque fui o primeiro a ser chamado pra dançar com ela, divina, elegante, poderosa e sorridente. E de quebra ainda ganhei o CD do grupo que tem na capa a expressão da felicidade que essa gente explode por todos os poros. Ai, Jesus, quero morar aqui pra sempre!!!
quarta-feira, 13 de abril de 2011
BANHO DE FOLHAS
Feira de Santana - Bahia - 12 de abril - 2o. Espetáculo - 19 horas
Público aproximado: 120 pessoas
Centro de Cultura Amélio Amorim
Feira de Santana é um charme, entre tantas razões, porque é a primeira Mostra Sesc de Artes e saem e entram grupos do Brasil, mais cursos e muito agito de produção. E um calor, mas tanto, tanto... e um sol forte, brilhante, logo às seis da manhã que nem dá pra acreditar. Nosso motorista Luciano disse algo poeticamente e simplesmente nordestino: “O sol grita! Às vezes amanhece a maior chuva e assim, sem mais nem menos, o tempo abre e o sol volta como se nada tivesse acontecido.” O sol incólume, poderoso, dono de si, intocável, iluminando Feira de Santana e sua vibração com o teatro. Eu creio! Então que chegamos no domingo aos trancos e barrancos porque nenhum sono e muito cansaço vindos de Recife. Na segunda o primeiro espetáculo às 16 horas e nada do nosso cenário chegar. Ô, meu Deus! Mas chegou assim, em cima da hora, minutos antes da peça pra encher a apresentação de suspense. E uma plateia que, como já disse, cheia de uma adolescentada arretada, numa outra, pensando em farra, amor e festa. Foi difícil segurar a barra, mas seguramos. E ficou a expectativa para a segunda apresentação, ontem, às 19 horas. E chegamos ao teatro às 16h30 e demos de cara com nova surpresa. Pegou fogo numa subestação de energia próxima ao teatro e tudo estava às escuras. Enquanto pensávamos uma alternativa com lampeões, velas e etc. O Fabrício olha pra mim e sola: “Depois da apresentação vamos levar vocês para um banho de folhas!” Sem dúvida, Dionísio nos ama, mas um Hades qualquer está interferindo nas suas boas intenções. Perto das seis a luz se fez e entre muitos gritos e alívio geral ligou-se, entre outras coisas, o ar condicionado do teatro, porque como já disse, faz um calor!!! E veio o espetáculo. Lindo, lindo! É fato que começou meio ansioso porque muita expectativa e responsabilidade interferem na naturalidade, mas o espetáculo foi se achando e terminou como começo essa frase, lindo, lindo! Na plateia o Grupo Moitará, do Rio de Janeiro e a Cia. Mão Molenga de Recife. Claro, o público de Feira de Santana e os tantos amigos do Sesc, que ficaram à nossa volta o tempo todo, distribuindo carinho, simpatia, apoio, solidariedade e produção. Não regularam nunca e em nenhum momento, qualquer precisão. Vou citar aqui alguns, mas acho que vou esquecer de outros, já que tantos, mas os que eu esqueci, perdoem, depois eu devolvo em beijos a agradecimentos outros: Ana Paula, Katia, Uilma, Renata, D. Teresa, Romildo, Fabrício, Ronalde... queridos, como vocês foram importantes, quanta felicidade nos deram levando entre outras coisas, doce de jenipapo, água de côco, tâmaras, abraços, largos sorrisos, beijos e piadas. Fomos e estamos sendo tão felizes em sua cidade. E olha que no meio do caminho, entre as necessidades de banho de folhas, a Regina recebe a triste notícia de que ladrões entraram em sua casa em Curitiba, arrombando portas de ferro e contribuindo com sofrimentos. Ela teve que ir embora antes, foi hoje, pela manhã, sem poder completar o prazer de estar até domingo em Feira de Santana. Vai bem, Regina. Mês que vem tem Cuiabá, Porto Alegre e Recife, e você esteve, como sempre, linda e atenta ao nosso espetáculo. Cuidando do nosso teatro. E a vida continua...
segunda-feira, 11 de abril de 2011
MÁSCARAS, COMMEDIA DELL'ARTE...
E de quebra fomos assistir "Acorda Zé! A Comadre tá de pé", do Grupo Moitará, do Rio de Janeiro. Pesquisa profunda de movimentos, máscaras e linguagem popular. Cena belíssima e um povo poderoso que canta e dança!
PERRENGUE!!!
Feira de Santana - Bahia - 11 de abril
Público aproximado - 60 adolescentes, 20 adultos e um piá.
Centro de Cultura Amélio Amorim
Dentro da Mostra Sesc de Artes - Aldeia Olhos D'Água. Deu um calor!!! Fizemos o espetáculo para uma turma de adolescentes no segundo grau e que, se por um lado foram vivos porque interessaram-se por teatro, por outro exigiram incrível concentração do grupo. Por conta dos aspectos específicos e hormonais da plateia o espetáculo foi um aprendizado de como domar o touro à unha! No final deu tudo certo, fizemos grandes amigos cúmplices entre a gurizada e suados, cansados e aliviados aplaudimos e recebemos palmas! Na plateia a Ana Paolilo, de Salvador, que, ansiosa, torcia para que a função não despencasse. Não despencou e teve sua beleza rústica. Amanhã faremos outra apresentação às 19h para público espontâneo. O que acontecerá?
Público aproximado - 60 adolescentes, 20 adultos e um piá.
Centro de Cultura Amélio Amorim
Dentro da Mostra Sesc de Artes - Aldeia Olhos D'Água. Deu um calor!!! Fizemos o espetáculo para uma turma de adolescentes no segundo grau e que, se por um lado foram vivos porque interessaram-se por teatro, por outro exigiram incrível concentração do grupo. Por conta dos aspectos específicos e hormonais da plateia o espetáculo foi um aprendizado de como domar o touro à unha! No final deu tudo certo, fizemos grandes amigos cúmplices entre a gurizada e suados, cansados e aliviados aplaudimos e recebemos palmas! Na plateia a Ana Paolilo, de Salvador, que, ansiosa, torcia para que a função não despencasse. Não despencou e teve sua beleza rústica. Amanhã faremos outra apresentação às 19h para público espontâneo. O que acontecerá?
NOTA DE SOLIDARIEDADE
Nota de solidariedade a Johnny Cão Raivoso, Zumbi q ficou em Curitiba e foi violentamente atacado por um desconhecido enciumado, enquanto bebia, tranquilo, sua costumeira cerveja quente na taberna de Ellis T Coffee. Os ZQPE manifestam sua indignação frente a tamanha brutalidade. Cobiçar cérebros é um direito de todo Zumbi, eles existem pra isso, para serem cobiçados. É lamentável essa agressão. Cachorro Joe lembrou das palavras do Velho Einstein Língua Solta, renomado cientista “morto-vivo”. Ele acreditava q apenas duas coisas eram infinitas, o universo e a estupidez humana, mas..... ñ tinha tanta certeza quanto ao universo.
domingo, 10 de abril de 2011
ENXURRADA DE PRAZER
Fortaleza - Ceará - 09 de abril
Público: aproximadamente 120 pessoas
Teatro Sesc/Iracema
Amigos: Monique, João Paulo Pinho, Grupo Polichinelo de São Paulo, Francisco, Alana, Flavia, Carlos, Dudu, Wallace, Pepeu e ...
Logo no início da apresentação de O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS, em Fortaleza, no Sesc/Iracema, brincando eu joguei uma responsabilidade para o público de um teatro cheio: a nossa expectativa de fazer a primeira função da peça no Nordeste era grande. Se o espetáculo sempre aconteceu em todos os lugares onde fizemos, tínhamos uma certeza íntima, mas inocente, de que no calor do Brasil tudo aconteceria numa ampliação de prazeres. Entrevistado por uma jornalista da cidade que me perguntou o que o público de Fortaleza poderia esperar do nosso trabalho, eu respondi sucintamente: amor, paixão, poesia e arte. Público muito concentrado, começamos meio tensos e até pra quebrar o meu próprio gelo recontei a piada que nos foi contada por um motorista de taxi: “Aqui em Fortaleza o calor é tão grande que os urubus voam com uma asa só, porque com a outra eles se abanam!” Todo mundo riu da obviedade da piada, mas eu achei que a coisa podia começar de vez. Tiago mandou a música e a Regina saiu falando: “... A história que nós vamos contar...” Estávamos com nossos corações muito abertos e durante muitas vezes eu tinha a sensação de que não era um espetáculo, mas uma vivência. E o público foi se soltando e nós também. E começou então a acontecer a grande festa, quando todas as máscaras caíram e ninguém mais teve medo de ninguém. Os largos sorrisos começaram a aparecer, a energia foi ficando colorida e tudo pulsou de uma forma inimaginável. Nem nos meus melhores sonhos dessa estreia, poderia imaginar uma integração tão perfeita! Quase no final, quando a Regina pede alguns voluntários para integrarem a mesa eu recebi inteiro, no peito, o chute da felicidade! Olhei para o alto, para a arquibancada, e pelo movimento do público pude perceber que TODOS viriam e que em segundos a plateia de 120 cearences ia ficar vazia e o palco iria ficar abarrotado de atores e público! Poucas vezes na vida o teatro me deu essa sensação de preenchimento. E não era nem orgulho nem vaidade, era pura felicidade! A consciência da cena me fez reprimir um pouco o ímpeto geral e convenci o público a assistir já que tínhamos “apóstolos” suficientes no palco, mas iniciou-se uma converseira geral, como se não existisse mais teatro, mas um público muito à vontade falando e comentando e dizendo de tudo. Brinquei: a peça quase acabou, ainda haviam algumas palavras para serem ditas. E terminamos em êxtase nossa estreia nos palcos nordestinos. E nem precisamos convidá-los para o debate de praxe porque o público foi ficando, sentando, pegando vinho, comendo pão e rindo e falando conosco como se nos conhecêssemos todos há muitos anos e tívéssemos uma intimidade muito própria, curitibanos e cearences. Uma senhora falou do nível de filosofia de nossa poesia cênica e o João Paulo Pinho do irresistível estado de interpretação. E nós falamos do estado de epifania. Fazer teatro pode ser a coisa mais apaixonante do mundo. E é só agradecer olhando para a chuva fortíssima que caiu sobre Fortaleza, intermediada por céus abertos de estrelas vivas e um marzão de meu Deus!
Público: aproximadamente 120 pessoas
Teatro Sesc/Iracema
Amigos: Monique, João Paulo Pinho, Grupo Polichinelo de São Paulo, Francisco, Alana, Flavia, Carlos, Dudu, Wallace, Pepeu e ...
Logo no início da apresentação de O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS, em Fortaleza, no Sesc/Iracema, brincando eu joguei uma responsabilidade para o público de um teatro cheio: a nossa expectativa de fazer a primeira função da peça no Nordeste era grande. Se o espetáculo sempre aconteceu em todos os lugares onde fizemos, tínhamos uma certeza íntima, mas inocente, de que no calor do Brasil tudo aconteceria numa ampliação de prazeres. Entrevistado por uma jornalista da cidade que me perguntou o que o público de Fortaleza poderia esperar do nosso trabalho, eu respondi sucintamente: amor, paixão, poesia e arte. Público muito concentrado, começamos meio tensos e até pra quebrar o meu próprio gelo recontei a piada que nos foi contada por um motorista de taxi: “Aqui em Fortaleza o calor é tão grande que os urubus voam com uma asa só, porque com a outra eles se abanam!” Todo mundo riu da obviedade da piada, mas eu achei que a coisa podia começar de vez. Tiago mandou a música e a Regina saiu falando: “... A história que nós vamos contar...” Estávamos com nossos corações muito abertos e durante muitas vezes eu tinha a sensação de que não era um espetáculo, mas uma vivência. E o público foi se soltando e nós também. E começou então a acontecer a grande festa, quando todas as máscaras caíram e ninguém mais teve medo de ninguém. Os largos sorrisos começaram a aparecer, a energia foi ficando colorida e tudo pulsou de uma forma inimaginável. Nem nos meus melhores sonhos dessa estreia, poderia imaginar uma integração tão perfeita! Quase no final, quando a Regina pede alguns voluntários para integrarem a mesa eu recebi inteiro, no peito, o chute da felicidade! Olhei para o alto, para a arquibancada, e pelo movimento do público pude perceber que TODOS viriam e que em segundos a plateia de 120 cearences ia ficar vazia e o palco iria ficar abarrotado de atores e público! Poucas vezes na vida o teatro me deu essa sensação de preenchimento. E não era nem orgulho nem vaidade, era pura felicidade! A consciência da cena me fez reprimir um pouco o ímpeto geral e convenci o público a assistir já que tínhamos “apóstolos” suficientes no palco, mas iniciou-se uma converseira geral, como se não existisse mais teatro, mas um público muito à vontade falando e comentando e dizendo de tudo. Brinquei: a peça quase acabou, ainda haviam algumas palavras para serem ditas. E terminamos em êxtase nossa estreia nos palcos nordestinos. E nem precisamos convidá-los para o debate de praxe porque o público foi ficando, sentando, pegando vinho, comendo pão e rindo e falando conosco como se nos conhecêssemos todos há muitos anos e tívéssemos uma intimidade muito própria, curitibanos e cearences. Uma senhora falou do nível de filosofia de nossa poesia cênica e o João Paulo Pinho do irresistível estado de interpretação. E nós falamos do estado de epifania. Fazer teatro pode ser a coisa mais apaixonante do mundo. E é só agradecer olhando para a chuva fortíssima que caiu sobre Fortaleza, intermediada por céus abertos de estrelas vivas e um marzão de meu Deus!
sexta-feira, 8 de abril de 2011
PEGANDO EMBALO CHEGAMOS NO CEARÁ
Os Zumbis que pegam embalo se despedem do festival e partem rumo a Fortaleza-CE em busca de pratos típicos do nordeste, como o córtex de sol na chapa, com muito coentro e pimenta. A soma do festival? Coisas boas!!!! Foi bom ver a moçada do subterrâneo TUC botando pra quebrar; bom conhecer uma atriz genial; as cervejas de fim de peça no "anexo" do Alemão ou nas mesas do Sal Grosso; os encontros com zumbis de longa data; foi bom conhecer pessoas de vários lugares e cobiçar seus cérebros, pessoas negras, ruivas, de olhos puxados... olhos puxados... Enfim, abraço pros Zumbis q pernoitaram na casa vermelha e no Zé Maria; pros Zumbis q pegaram embalo nesses dias de sublime inferno artístico e..."a todos aqueles em q meu caminho encontrei, Dômo arigatô gozaimasu”!!!!. Demora ñ voltamos pra cova natal e reunimos os mortos pra trocar uns grunhidos.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Formula Rural - Lages
Bienvenidos Delirianos!
A Formula Rural.
QUEM É QUEM NO PALCO DE "O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS" - GUILHERME FERNANDES
Bem, o Guilherme, antes de entrar de cabeça no Grupo Delírio, fez... “Malhação”na TV Globo, em 2007, onde vivia o personagem Patrick Delon. Um engraçadinho. Quando a temporada de seu personagem acabou, ele desembarcou em Curitiba e indicado pelo Elder Gattely (que fez “Metaformose de Kafka”, com o Delírio) deu as caras numa leitura cênica que o Edson Bueno dirigiu do romance “Metaformose – Uma Viagem Pelo Imaginário Grego”, de Paulo Leminski. Nasceu ali uma espécie de confiança artística que começou a dar frutos. Quando em 2009, o Delírio apresentou “O Evangelho Segundo São Mateus” no Festival de Teatro de Curitiba, o Marcelo Rodrigues que vivia o filho padeiro na primeira temporada não pode fazer, foi a chance do Guilherme substituí-lo e, em cena, ampliar a confiança. Depois vieram “Romeu e Julieta”, onde ele fez Mercúcio, “Kafka – Escrever é Um Sono Mais Profundo do Que a Morte”, de novo substituindo o Marcelo em “Capitu – Memória Editada” e "Teimosinho e Mandão", por fim, atuou em “Metaformose Leminski – Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra”, onde reinventava Narciso e Hércules, o herói trabalhador. E o Bueno sabe que sempre pode contar com sua disponibilidade 100%, disciplina e loucura. Tem uma vida inteira pela frente (como todo mundo!) mas cresce a cada espetáculo. É curioso e adora público. Guilherme tem 21 anos e sua passagem pelo Grupo Delírio de Teatro tem sido muito especial. E agora se prepara para novas aventuras com outros desafios que o grupo reserva para ele nos próximos meses.
E quem quiser conferir a passagem do Gui pela TV, é só clicar num dos endereços abaixo:
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Relato Janja
Salve salve Delirianos!
Postando hoje, Guilherme, agora com internet em casa, a maquina volta a funcionar, ninguém me segura! Sem enrolações, vou dar inicio aos nossos videos.
Começo de leve, um teste, com vocês, Janja:
Postando hoje, Guilherme, agora com internet em casa, a maquina volta a funcionar, ninguém me segura! Sem enrolações, vou dar inicio aos nossos videos.
Começo de leve, um teste, com vocês, Janja:
sábado, 2 de abril de 2011
QUEM É QUEM NO PALCO DE “O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS”- REGINA BASTOS
A Regina Bastos é considerada, numa boa, uma das maiores atrizes do Teatro Paranaense, com experiência nos palcos de Curitiba, desde quando, ainda no Teatro Amador, fez “Electra”, de Sófocles, dirigida por Oraci Gemba, um dos mais míticos diretores de nosso estado, já falecido. Sua estreia no Teatro Profissional foi em 1974, com “Maria Bueno” a história de uma santa/mártir paranaense, num espetáculo também dirigido pelo Oraci Gemba. Ganhou três prêmios Gralha Azul como Melhor Atriz do ano, em 1994 (A Feia), 1995 (O Dedo Volúvel do Destino) e 1998 (As Kamikazes), todas dirigidas por Cleide Piasecki. Em 1999, “As Kamikazes” fez uma das participações do teatro do Paraná no Palco Giratório. Ela é casada com um dos mais importantes iluminadores brasileiros, o Beto Bruel (que também criou a luz de “O Evangelho Segundo São Mateus”) e gosta de contar que os dois se conheceram em 1972, quando ele comprou ingresso para ela assistir “Hair”, dirigido pelo Adhemar Guerra. Muitos anos depois, tanto ele como ela, trabalharam em dois espetáculos importantíssimos do teatro de Curitiba, ambos dirigidos pelo inesquecível e insuperável diretor paulista Adhemar Guerra: “Mistérios de Curitiba” e “O Vampiro e a Polaquinha”, baseados em contos de Dalton Trevisan. Regina é mãe de Betina, que é professora de Biologia e de Renata, que é atriz e atualmente mora em São Paulo, cursando a EAD. Tem dois netos, Juliano e Lorenzo, que são seus xodós e de quem ela fala o tempo todo. Amor de tudo! Com o Grupo Delírio ela vem fazendo ininterruptamente “Capitu – Memória Editada”, “Kafka – Escrever é Um Sono Mais Profundo do Que a Morte”, “O Evangelho Segundo São Mateus” e “A Vida Como Ela É Nelson Rodrigues”. Regina é importantíssima em todo o processo de criação dos espetáculos e claro, esbanja domínio de cena e talento. Mas chama a atenção a percepção aguda que ela tem do texto, ajudando os novos a buscar sempre uma incrível naturalidade na expressão da palavra, sem perder intensidade, ao contrário, ganhando em teatralidade.
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