sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ON THE ROAD...

Há, neste exercício incrível de saltar de uma cidade para outra de um dia para o outro, de experimentar sensações velozes e esforçar-se para que o momento presente seja forte e poderoso, um ato de renúncia: renunciar às amarras do que um dia foi você mesmo. Porque a cada dois dias é um público novo, pessoas novas, lugares, comidas, cama, quarto, paisagem, teatros e sensações. O Palco Giratório dá mil e uma voltas dentro de cada um de nós e é preciso desapegar-se rápido, porque a experiência, embora pontual, é complexa e atinge o corpo todo, daí que a cada dia uma parte nova reclama ou comemora. Desde o dia 7, quando partimos de Curitiba para Campo Grande, às oito da manhã, para uma conexão em Maringá, já atravessamos quatro capitais (Campo Grande, Belo Horizonte, Vitória, João Pessoa) e uma grande e vibrante cidade, Campina Grande, na Paraíba.
Campo Grande/MS – 08 de outubro –
Público aproximado: 150 pessoas
Sesc Horto – Teatro Prosa
Amigos: Rodrigo e Franciele
Em Campo Grande demos oficina (o Grupo todo) e ainda apresentamos para os alunos, nosso work in progress de “O Processo K”, um derivativo do espetáculo de 2009, mais “O Processo” e “Um Artista da Fome”, do grande Franz. Conhecemos pessoas incríveis, um grupo de alunos espertíssimos, ligados no processo do Delírio, mistura de ortodoxia e liberdade.
Tamires Donin, Fernanda Rezende, Silvio Sartoro, Greta Helena, Bruno, Nastali, Natália, Edoin, Felipe, Anna Guillhermina, Ana Paula, Glaucia, Emanuiele e Stelio.
Para todos a lição de que tudo tem um preço e que é preciso insistir para que o sonho, de alguma forma, vire realidade e dê frutos.
Belo Horizonte/MG – 11 de outubro
Público aproximado – 80 pessoas
Sesc Tupinambás
Amigo: Augusto, de todos os momentos.
Nosso case foi simplesmente desintegrado pelo transporte de avião e ficou solitário, triste e alquebrado na entrada do SESC, porque não cabia na passagem para o Auditório. Foi uma novela para recuperar suas forças e entre parafusos improvisados e fita silver tape ele remendou-se e aparentemente pode seguir viagem. Segundo o Guilherme, ficou com mais personalidade, menos careta e mais humano. É um belo consolo. A apresentação foi especialíssima e o debate durou mais de hora e meia de vinho, pão e reflexões de todo lado. A Regina disse que o texto do espetáculo surgiu de um momento em que o Edson Bueno estava mais do que de bem com a vida e daí que o resultado só poderia ser uma celebração. Ok! Aceito. No dia seguinte, enquanto a Regina encarregou-se da Oficina de Interpretação, reencontramos a grande, especial, única amiga Tania Araujo, que nos levou até Ouro Preto: a emoção das emoções. Ouro Preto é uma lição de tudo o quanto se pode imaginar de brasilidade e a emoção me provocou lágrimas na praça central, quando li, na estátua de Tiradentes a inscrição “aqui, em poste de ignomínia, esteve exposta a sua cabeça”. Huuu! E depois, visitando o Museu da Inconfidência, um pedaço da nossa história no que ela tem de mais digno e valoroso. Mas Ouro Preto inteira é inspiradora e viva. A oficina? Um sucesso e a Regina fez questão de anotar o nome de todos os alunos:
Alison, Danilo, Edilene, Sergio, Marcelo, Ramon, Naiara, Igor, Adriana, Meyyelson, Patrícia, Beatriz, Estefanio, Gabriela, marina, Rafael, laura, Lucas, Cristina, Isadora, Daniel e Ari. E de Belo Horizonte para Vitória, participar do 7º. Festival Nacional Cidade de Vitória.
Vitória/ES – 14 de Outubro
Público aproximado: 400 pessoas
Theatro Carlos Gomes
Amigos: Colette, Paulo Cruz e Leandro
O Theatro (maravilhoso!) Carlos Gomes é um patrimônio histórico brasileiro e, claro, tem lá suas peculiaridades. Daí que não pudemos servir café e vinho para o público, na plateia, durante o espetáculo. A solução foi servir o público fora dele e daí que a Praça, diante do theatro (assim mesmo, com th) virou uma festa dionisíaca, antes mesmo de tudo começar. E foi arrebatador, com a vibração de um theatro daquela magnitude, aplaudindo e curtindo nossa história. O Palco Giratório gira, gira, gira e vai bagunçando nossas vísceras artísticas. Creiam, cada apresentação é uma só e especial e nada se compara ao que aconteceu na apresentação anterior.
A Oficina também foi com o grupo todo e numa sala da Fafi (antiga Faculdade de Filosofia) encerrou-se com uma nova apresentação de nosso novo “O Processo K”. Os alunos?
Ana Claudia, Anaximandro, Andressa, Angela, Bruna, Carlos Eduardo, Cristina, Cyntia, Doriedson, Dulvineia, Elias, Evilyn, Fabio, Felipe, Jéssica, João, Kauane, Leonardo, Lorena, Lorrayna, Luciana, Mariana, Regina, Robson, Ruan, Tamiris, Tatiany, Vinicius, Werlesson, Leonardo e Thelma. Além do Zé Celso que acompanhou tudo de perto e foi muito amigo. Obrigado, Vitória! E de Vitória para João Pessoa, capital da Paraíba, um estado onde o Grupo Delírio nunca tinha colocado os pés.
João Pessoa/Paraíba
Theatro Santa Roza
Público: mais ou menos 50 pessoas.
Amigos: Leandro e mais outros que esquecemos de anotar os nomes
O Theatro Santa Roza é um caso à parte. Fundado em 1891, é um monumento arquitetônico de deixar qualquer um com água na boca e queixo caído. O Guilherme gritou: “Parece que estou dentro do Titanic”. Direção de arte centenária, digna do Oscar! Fazer teatro pisando naquelas tábuas é uma honra, um acontecimento para qualquer ator. Ficamos orgulhosos. O público de João Pessoa é mais sisudo, embora aberto e sincero. Foi um espetáculo onde tivemos que pensar e repensar nossas intenções e o significado das palavras. Cada público é um público. E no fim, graças, tudo sempre dá certo. Nosso “Evangelho Segundo São Mateus” tem seus fascínios, assim como João Pessoa e o deslumbrante Theatro Santa Roza! Uma espectadora chegou-se ao Guilherme e disparou: “O espetáculo de vocês é desrespeitoso!” E o Gui, assustado, argumentou que “ama a teu próximo como a ti mesmo!” não pode significar desrespeito, mas cada um ouve a vida conforme sua história e o nosso “Evangelho...” nunca pretendeu ser a verdade com começo meio e fim, e muito menos uma celebração do preconceito, mas uma celebração das diversas ideias, das diversas correntes de pensamento, das diversas opiniões, que nunca cegas, convergem para o humanismo e o prazer! Assim, que paciência...
Campina Grande da Paraíba –
Sesc – Público aproximado: 100 pessoas
Amigo: Leo
Campina Grande é, digamos assim, uma cidade com “vibrâncias”. Pulsa, pra dizer a verdade! É um lugar onde a simpatia está escancarada em cada sorriso, em cada olhar otimista. Fomos muito, mas muito bem recebidos e o tempo todo nos sentimos em casa, felizes com a receptividade. O espetáculo... bem... foi delicioso. O debate duraria mais de duas horas, porque nunca, ninguém, cansava de perguntar e as curiosidades sobre o processo do Delírio e as repercussões do espetáculo não foram poucas. O debate é sempre quase tão vibrante quanto a peça, por tudo fica ainda mais informal e o papo corre solto. Nosso “Evangelho...” é simples na forma, mas a elaboração da interpretação e da dramaturgia, quando entendida como um direito à palavra, à poesia e à inteligência é sempre celebrada. Campina Grande compreendeu nosso recado e fomos, por lá, felicíssimos!
OS: As fotos das ceias? Bem... houve um pequeno problema de identificação, então que cada fotografado precisa encontrar seu lugar. Mas está todo mundo lá!!!

2 comentários:

  1. Foi um prazer enorme fazer a oficina com vocês! Meus parabéns pelo trabalho e sejam sempre bem-vindos ao Espírito Santo! Sds. Anaximandro Amorim.

    ResponderExcluir
  2. Ola, as fotos da ceia em Campo Grande/MS não foram postadas.
    abcs

    Joao Manoel

    ResponderExcluir